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Preparem-se para mais um jogo que, na verdade, é apenas um detalhe na grandiosa e bilionária novela que se passa nos campos da Arábia Saudita. Al-Hilal x Al-Orobah se enfrentam, mas o que realmente importa é a encenação, o espetáculo para o mundo ver e a conta bancária dos envolvidos engordar.

A notícia de hoje nos apresenta os preparativos para este confronto. Escalações prováveis, onde assistir, horário – tudo meticulosamente planejado para alimentar a ilusão de que estamos diante de uma competição esportiva genuína. Mas, sejamos sinceros, a única disputa real aqui é pela atenção midiática e, claro, pela manutenção do fluxo de dinheiro.

A invasão saudita no futebol, com seus contratos milionários e contratações bombásticas, é um sintoma claro de uma doença que assola o esporte: a mercantilização. Clubes se tornam empresas, jogadores se transformam em produtos e a paixão, aquela chama que um dia moveu multidões, vai se apagando aos poucos.

A Fifa, com suas regras permissivas e olhos gordos para o dinheiro, assiste a tudo de camarote. Afinal, quem se importa com a integridade do esporte quando há bilhões em jogo? O discurso da “globalização do futebol” e da “expansão do mercado” serve apenas para mascarar a verdade: o futebol está sendo sequestrado por interesses econômicos obscuros.

A notícia nos informa onde assistir ao jogo. Mas a verdadeira pergunta é: por que assistir? O que esperar de um confronto onde o resultado, na prática, é irrelevante? O que esperar de um campeonato que, em vez de revelar talentos, os compra?

A resposta é simples: entretenimento. Mas um entretenimento vazio, superficial, que nos afasta cada vez mais da essência do futebol. É como assistir a um filme de ação com efeitos especiais incríveis, mas com um roteiro clichê e atuações deprimentes. A gente até se diverte, mas no fundo sabe que está perdendo tempo.

A Arábia Saudita, com seu histórico de violações dos direitos humanos e sua política de controle e opressão, tenta se apresentar como um país moderno e acolhedor. O futebol, claro, é a vitrine perfeita para essa estratégia de “lavagem” de imagem. Contratam jogadores famosos, investem em infraestrutura, promovem eventos esportivos – tudo para mostrar ao mundo uma face que não condiz com a realidade.

A história do futebol está repleta de exemplos de clubes que construíram sua grandeza com base na paixão, na tradição e no trabalho em equipe. Times como o Real Madrid, o Barcelona, o Milan – verdadeiros pilares do esporte. Mas o que vemos hoje na Arábia Saudita é uma tentativa desesperada de comprar a história, de construir um legado artificialmente.

A invasão saudita é apenas um dos muitos desafios que o futebol enfrenta. A crescente influência do dinheiro, a falta de transparência, a corrupção e a mercantilização são ameaças reais ao futuro do esporte. Se nada for feito, se a Fifa e as demais entidades continuarem a fechar os olhos para os problemas, o futebol corre o risco de se transformar em um espetáculo vazio, sem emoção e sem alma.