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Fluminense: Uma História de Altos e Baixos, e Muitas Quedas

Para entender a dimensão da decepção, é preciso voltar no tempo. O Fluminense, com sua história rica em títulos e ídolos, tem uma relação de amor e ódio com sua torcida. Já tivemos grandes momentos, como a conquista da Libertadores em 2023, mas, por outro lado, colecionamos vexames e frustrações que marcam a alma tricolor.

Lembro-me, como se fosse hoje, daquele fatídico ano de 2009, quando o Fluminense, após uma campanha heroica na Libertadores, chegou à final contra a LDU. O time, comandado por Cuca, era aguerrido, tinha raça, mas, no fim, a taça escapou por detalhes, em uma partida dramática que entrou para a história do clube. A derrota, dolorida, deixou marcas profundas na torcida e, para muitos, representou o início de um período de instabilidade e incertezas.

E como esquecer dos escândalos, das crises políticas, das trocas de treinadores que parecem uma dança das cadeiras? O Fluminense, infelizmente, é mestre em se auto-sabotar. Basta um deslize, uma falha, e a instabilidade toma conta. A diretoria, muitas vezes, parece mais preocupada em defender seus próprios interesses do que em construir um time competitivo.

E a questão dos jogadores? Quantos craques passaram pelas Laranjeiras e não renderam o esperado? Quantos foram contratados com pompa e circunstância e, em pouco tempo, se mostraram meros “fantasmas” em campo? A verdade é que o Fluminense, em muitos momentos, parece refém de jogadores que não entregam o que se espera.

A Hipocrisia da Análise: Onde Estão os Responsáveis?

Voltando à análise da declaração de Alexandre Mendes, a pergunta que não quer calar é: onde estão os responsáveis por mais esse tropeço? Onde está a autocrítica? É fácil culpar o destino, a arbitragem, o gramado, mas e a responsabilidade dos jogadores? E a responsabilidade da comissão técnica? E a responsabilidade da diretoria?

A hipocrisia é evidente. Mendes, assim como outros membros da comissão técnica, tenta isentar os jogadores, mas esquece que o futebol é um esporte coletivo, onde todos têm sua parcela de culpa. É como se a responsabilidade fosse sempre do “azar”, ou de alguma força externa, e nunca das escolhas e decisões tomadas dentro do clube.

E a diretoria? Ah, a diretoria… Essa figura nebulosa, que vive de promessas e, na maioria das vezes, entrega muito pouco. Quantos investimentos foram feitos? Quantos jogadores foram contratados? E quais foram os resultados? A resposta, infelizmente, é sempre a mesma: frustração.

O mercado da bola, por sua vez, parece um cassino. Onde empresários e atravessadores se aproveitam da paixão da torcida para inflacionar os preços, onde jogadores medianos são valorizados acima do que merecem, e onde a falta de planejamento é a regra. O Fluminense, infelizmente, já caiu em diversas armadilhas desse mercado.

O Futebol como Espelho da Sociedade: Um Reflexo de Incompetência?

Mas por que essa repetição de erros? Por que essa incapacidade de aprender com o passado? A resposta, talvez, esteja no espelho da sociedade. O futebol, afinal, é um reflexo do que somos. E, no Brasil, infelizmente, a incompetência, a corrupção e a falta de planejamento parecem ser a regra.

O Fluminense, como outros clubes, é vítima dessa realidade. É refém de dirigentes que não estão preparados, de jogadores que não têm o comprometimento necessário, e de uma cultura que valoriza mais a aparência do que a essência.

A política esportiva também tem sua parcela de culpa. As federações, as confederações, os órgãos que deveriam fiscalizar e garantir a lisura do esporte, muitas vezes estão mais preocupados em proteger seus próprios interesses.

O Futuro: Um Vento de Mudança?

E agora, o que esperar do futuro? A torcida tricolor, acostumada a sofrer, já sabe que a esperança é a última que morre. Mas, convenhamos, a paciência tem limites. É preciso uma mudança radical, uma reformulação em todos os setores, uma nova mentalidade.

É preciso que a diretoria se preocupe em contratar jogadores que realmente vistam a camisa, que tenham raça, que honrem a história do clube. É preciso que a comissão técnica trabalhe com competência, que saiba montar um time competitivo, que tenha um planejamento de longo prazo. É preciso que a torcida deixe de ser refém das promessas vazias e passe a cobrar resultados.

A Sul-Americana, como disse Mendes, pode ser apenas um detalhe. Mas, para a torcida, é mais do que isso. É a oportunidade de mostrar que o Fluminense pode, sim, voltar a ser protagonista. É a chance de mudar essa história de derrotas e frustrações. Mas, para isso, é preciso muito mais do que palavras bonitas e discursos vazios. É preciso atitude, comprometimento e, acima de tudo, competência.

Enquanto isso, a torcida tricolor segue na expectativa, esperando que o vento da mudança, finalmente, sopre a favor do Fluminense. Mas, até lá, resta a certeza de que, no futebol, a decepção é sempre uma possibilidade. E, no caso do Fluminense, uma triste e repetida realidade.


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